BACAMARTEIROS DENUNCIAM PREFEITURA DO CABO NO MINISTÉRIO PÚBLICO

 Em reunião com a promotora pública Dra. Evânia Cintian, na manhã de hoje, o presidente da SOCIEDADE DOS BACAMARTEIROS DO CABO - SOBAC -, Prof. Ivan Marinho denunciou, com apresentação de vários documentos, o tratamento aparentemente ilegal que vem sofrendo da Prefeitura do Cabo, representada pelos senhores Keko do Armazém e Arimatéia.

Seguindo a convenção criada pela Federação dos Bacamarteiros de Pernambuco - FEBAPE -, quando de suas duas gestões como presidente daquela instituição, o mestre cabense apresentou-se com as indumentárias bacamarteiras, procedimento que foi absorvido até por associações mais antigas, como a de Caruaru.

A prefeitura não atendeu ao pedido do Ministério Público, que deu um prazo de 10 dias para explicar a reclamação de dívida com a SOBAC, por isto a Sociedade dos Bacamarteiros foi convocada.

Ivan Marinho denunciou, além da dívida e não cumprimento de acordos por parte da prefeitura, a possível irregularidade no repasse e uso de verbas públicas no TREM DO FORRÓ e nas contratações de agentes culturais cabenses nestes festejos juninos municipais. 

- Existe uma grande insatisfação dos agentes e produtores culturais do Cabo com relação a realização do São João, primeiro porque não foi cumprido o chamamento público lançado em edital, segundo porque se terceirizou as contratações, reduzindo cachês, numa clara desvalorização da cultura local, - desabafou Marinho em seu depoimento.

A prefeitura do Cabo não pagou 29 mil à SOBAC, relativos a execução do VIII Encontro Zé da Banha de Bacamarte, desde os festejos juninos de 2022, mesmo assim gastou 120 mil com um festival criado em 2022 chamado Sol Forró, reeditado com recursos municipais de 250 mil em 2023, além disto 380 mil foi investido no TREM DO FORRÓ que, diga-se de passagem, é festa mais pra turista do que pro povo cabense. Com todos estes investimentos, a prefeitura deixa de contemplar um termo de fomento de 120 mil que possibilita a abertura do único museu municipal registrado no Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram, que é o Museu Olimpio Bonald de Bacamarte que, em um ano, chegou perto de 2.000 visitações, além de oferecer oficinas de pífanos, canto coral, percussão, xaxado e cordel, bem como palestras em várias áreas da cultura.

Alguma coisa está fora da ordem!

BACAMARTEIROS COM MINISTÉRIO DA JUSTIÇA sobre REGULAMENTAÇÃO DAS ARMAS

 Dia 26 de abril de 2023, indicado pela diretoria da FEDERAÇÃO DOS BACAMARTEIROS DE PERNAMBUCO - FEBAPE -, o Prof. Ivan Marinho se reuniu com a Dra. Michele dos Ramos, secretária da comissão de criação do novo Regulamento de Armamentos no Brasil no Ministério da Justiça, comissão esta presidida pelo pernambucano Tadeu Alencar, secretário nacional de segurança.

A reunião, realizada de forma remota, teve a participação, também, do Cel. Carlos Nogueira, chefe de gabinete de ministro do Supremo Tribunal de Justiça e apologista do bacamartismo responsável por encaminhar à Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados a minuta que resultou na instituição da Instrução Técnico-administrativa nº 015/2018, idealizada junto à FEBAPE.

Na reunião foi apresentada nova minuta, onde se pontuou eixos fundamentais para a garantias legais e de salvaguarda do folguedo, como se pode ver a seguir:

Art.- A atuação de Bacamarteiros acontece em grupos que possuem Certificado de Registro do Exército Brasileiro que lhe credencia para compra de pólvora negra.

Art.- Bacamarteiros são folgazões que atuam em grupos de soltadores de bacamarte com pólvora negra de baixo teor e sem projéteis, dando sequência a uma tradição de mais de quase 150 anos.

Art.- Como a pólvora negra é transformada em cartuchos e o bacamarte não é produto controlado pelo Exército, os bacamarteiros não precisam de Guias de Tráfego para suas apresentações.

Art.- As regulamentações das manifestações bacamarteiras devem ser determinadas pelas Secretarias ligadas à gestão cultural das Unidades Federativas Estaduais, salvaguardando a permanência da manifestação.

Bem como:

A reunião com a representante do Ministério da Justiça foi salutar, no sentido de esclarecer as particularidades do folguedo nordestino e encaminhar diretrizes para a participação do tema Bacamarteiros no arcabouço legal da nova regulamentação. 

Agora é torcer para que a manifestação bacamarteira seja contemplada e, se depender da simpatia e interesse da representante do MJ, os bacamarteiros terão sim, seu lugar ao sol da legalidade. - Foi um prazer conhecê-los e espero ter a oportunidade de conhecer a arte dos bacamarteiros ao vivo! -, comentou Dra. Michele dos Ramos ao fim da reunião.